segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Um selinho!!!


Ganhei um selinho da querida Isa, cujo blog visito diariamente para acompanhar a sua escrita dinâmica e bem humorada. Obrigada, flor!


http://a-vida-de-isa.blogspot.com/

domingo, 30 de janeiro de 2011

Ai, ai...


Depois de mais de um mês de férias, está chegando a hora de voltar ao batente. Como numa ampulheta, o tempo passou rapidinho, escorrendo sem que se pudesse evitar.

Um mês legal e cheio de transgressões as mais diversas: dormir bem tarde e até muuuito tarde, uma dieta que arrancaria os cabelos de qualquer nutricionista, a liberdade de acordar sem planos e deixar que o próprio dia indique a programação, jogar as caminhadas para o espaço, conversar besteiras madrugada afora com a prima que mora aqui na esquina pela net. Dias de família, praia, sol, cinema, livros, músicas, amigos e tudo de bom.


O resultado é um relógio biológico doido, mais quilos sobrando \o/, uma preguiça infinita de fazer qualquer coisa que cheire a rotina.

Se as férias durassem o ano inteiro será que perderiam a graça? Acho que não, sei lá...

Mas, já que esses dias são finitos, vou aproveitar e treinar algo tão com cara de dia a dia. Vou planejar e deixar registrado aqui para ver se consigo cumprir:

-Começar uma dieta (por que será que coloquei em primeiro lugar, hein?).

-Desenvolver o hábito de dormir mais cedo.

-Retomar as caminhadas.

-Curtir os dias de rotina até que cheguem as próximas férias e eu escreva aqui um post cheio de sol, mar, cama e calma.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Um paleontólogo no céu...




Era uma vez um menininho lindo...Tinha até nome de rei. O menininho crescia e crescia (em tamanho e em sabedoria), queria ser paleontólogo, viajar, explorar cada cantinho desse mundo.

Quando uma tempestade atingiu a sua vida, o menininho não reclamou. Enfrentou avalanches, enchentes, trovoadas. Tudo com um sorriso no rosto, muita paciência e fé.

Acontece que o menininho era muito, muito grandioso. O planeta Terra era pequeno para ele. Partiu para outras aventuras em outras dimensões e deixou aqui neste planeta muita saudade e um exemplo de força e coragem.



Meu coração hoje chora pelo pequeno Arthur. Partiu aos nove anos, deixando órfãos os pais e o irmão Vinícius.

Lutou bravamente contra um tumor, sem nunca reclamar de nada. Pedia desculpas às enfermeiras que iam furar o seu bracinho.

Era uma criança ímpar, encantava a todos com seu conhecimento acerca dos animais, especialmente os dinossauros. Foi até para o programa do Jô Soares falar sobre os dinos (um sonho realizado!). No dia do programa todos choravam de emoção ao ver um menininho tão pequeno passando por um sofrimento tão grande sem reclamar. Todos, menos ele, que muito concentrado distribuiu seus conhecimentos para uma plateia cheia de pessoas encantadas com a sua inteligência. Jô afirmou que a sua participação fora encurtada, pois ele estava muito emocionado e não queria chorar na frente do Arthur.

A gente fica se perguntando: “Por que as crianças sofrem?” , questionamento respondido com louvor por Lidionete, uma das muitas tias que o Arthurzinho ganhou na sua jornada:

"Muitos podem perguntar: Onde está Deus, ao permitir tanto sofrimento? A resposta nós temos: Deus sofre junto conosco e nos abraça e estende a mão para nos confortar. Foi grande o sofrimento também no momento de agonia de Jesus na cruz, que morreu para a salvação de toda humanidade.

Deus na sua infinita bondade aliviou a dor do Arthur e agora ele já não sofre mais. Claro que é difícil de nos conformarmos com a idéia de nos separarmos “momentaneamente” dos nossos queridos. Jamais devemos esquecer que a vida neste mundo de sofrimento é passageira... A nossa sublime esperança é de num dia não muito distante nos reencontrarmos com nossos queridos e então vivermos para sempre num mundo sem dor, tristeza ou sofrimento. "


Ou, como escreveu um certo Tio Tom sobre o Arthur:

"Eu sempre fui assim: de atravessar portais..."
"Que posso fazer? Sou multi-dimensional, é tão fácil eu me transportar entre inúmeras consciências!!!"
"Porém, minha alma ansiava por mais, entendem?"
"Quando um Ser é movido a paixão, ele tem algo irriquieto dentro de si, algo que, não sei como explicar, mas é algo que quer se expandir, que quer "urrar" como um Leão, um desejo de liberdade superior a magnitude de um continente..."
"Portanto, continuo com a expedição, tenho muitas aventuras pra viver, e só agora elas estão começando pra valer, pra fazer o coração vibrar, pra fazer o mundo girar, pra fazer o meu espírito "bradar" felicidade!!!!"

"Atravessei o portal das multi-dimensões..."




E eu, o que teria a dizer? No momento nada, ainda estou perplexa. Apenas um desejo:

Vai em paz, Rei Arthur! Você é o nosso campeão!!!

Poema escrito por Claudio, pai de Arthur, em sua homenagem:

DESCOBRI QUE TENHO UM FILHO SUPER-HERÓI!

SUPER-HERÓI, porque quando nos falta força, fortalece-nos com sua força de vontade
SUPER-HERÓI, porque se estamos tristes, alegra-nos com seu sorriso
SUPER-HERÓI, porque se desconfiamos dos médicos, nos diz que vai ensiná-los a trabalharem direito
SUPER-HERÓI, por dizer, a cada enfermeira ou médico, OBRIGADO mesmo com os seus olhos cheios de dor e sofrimento
SUPER-HERÓI, por ter falado “DESCULPA TIA” a enfermeira que colocou o soro no seu pescoço
SUPER-HERÓI, por me explicar, do seu jeito, quais são os efeitos da quimio
SUPER-HERÓI, porque com seu jeito infinito de ser doce, adoça toda a minha vida
SUPER-HERÓI, por não nos conceder o direito de desistir
SUPER-HERÓI, por nos ensinar que mesmo sofrendo, precisamos ser solidários aos outros
SUPER-HERÓI, por sua vontade de viver
SUPER-HERÓI, pelos os seus desabafos quando lhe falta a paciência
SUPER-HERÓI, pela sua lucidez em encarar os fatos
SUPER-HERÓI, por não ter medo do câncer
SUPER-HERÓI, por não aceitar a pena de ninguém
SUPER-HERÓI, por nos consolar quando choramos escondidos
SUPER-HERÓI, por se preocupar com seus amiguinhos que também estão em tratamento
SUPER-HERÓI, por seu bom humor e suas piadas
SUPER-HERÓI, pelo orgulho que tem de ser meu filho
SUPER-HERÓI, pelo o amor que tem pelo seu irmão
SUPER-HERÓI, por tomar conta de sua mãe
SUPER-HERÓI, por cuidar de todos nós
SUPER-HERÓI, por nos convidar a rezar com ele
SUSUPER-HERÓI, por pedir a Papai do céu “ para tirar esse dodói da minha cabeça”
SUPER-HERÓI, por me ensinar que câncer tem que ser escrito com letra minúscula pra ficar mais fraco
SUPER-HERÓI, por me mandar beijos quando não pode falar
SUPER-HERÓI, por me ensinar que o que nosso bem mais precioso é a nossa Família
SUPER-HERÓI, por me fazer encarar a vida com mais discernimento e lucidez
SUPER-HERÓI, por me mostrar que, por pior que pareça, sempre temos que agradecer a Deus
SUPER-HERÓI, por sonhar com tanta força
SUPER-HERÓI, por me ensinar o verdadeiro sentido da Vida
SUPER-HERÓI, por me mostrar o valor de dizer “ TE AMO”
SUPER-HERÓI, simplesmente por ser meu FILHO.
SUPER-HERÓI, pela sua fé


Entrevista do Arthur no Programa do Jô:
http://www.youtube.com/watch?v=9L4ZYstQxpw

Arthur sendo entrevistado por uma repórter do Jornal Folha de São Paulo:
http://www.youtube.com/watch?v=3GKlVAi-x-Q&feature=player_embedded

Arthur Desenhista
http://www.youtube.com/watch?v=p-WvFDBMePs

Arthur Paleontólogo
http://www.youtube.com/watch?v=yvpjVgK2vRw

Arthur Enciclopédia
http://www.youtube.com/watch?v=SLWuP455Yvc

Arthur e "Combe Junior"
http://www.youtube.com/watch?v=Ij08gIY2228

Arthur: garoto de fé!
http://www.youtube.com/watch?v=85lxOBdBho8

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Quem é o seu amante?




Gostei muito deste texto que recebi por email e hoje compartilho com vocês:


Quem é o seu amante?

(Dr. Jorge Bucay - Psicólogo - tradução do original "Hay que buscarse un Amante")


" Muitas pessoas tem um amante e outras gostariam de ter um. Há também as que não tem, e as que tinham e perderam".

Geralmente, são essas últimas que vem ao meu consultório, para me contar que estão tristes ou que apresentam sintomas típicos de insônia, apatia, pessimismo, crises de choro, dores etc.

Elas me contam que suas vidas transcorrem de forma monótona e sem perspectivas, que trabalham apenas para sobreviver e que não sabem como ocupar seu tempo livre.

Enfim, são várias as maneiras que elas encontram para dizer que estão simplesmente perdendo a esperança.

Antes de me contarem tudo isto, elas já haviam visitado outros consultórios, onde receberam as condolências de um diagnóstico firme: "Depressão", além da inevitável receita do anti-depressivo do momento.

Assim, após escutá-las atentamente, eu lhes digo que não precisam de nenhum anti-depressivo; digo-lhes que precisam de um AMANTE!!!

É impressionante ver a expressão dos olhos delas ao receberem meu conselho. Há as que pensam: "Como é possível que um profissional se atreva a sugerir uma coisa dessas"?!

Há também as que, chocadas e escandalizadas, se despedem e não voltam nunca mais.

Aquelas, porém, que decidem ficar e não fogem horrorizadas, eu explico o seguinte:
"AMANTE" é aquilo que nos "apaixona",
é o que toma conta do nosso pensamento antes de pegarmos no sono, é também aquilo que, às vezes, nos impede de dormir.

O nosso "AMANTE " é aquilo que nos mantém distraídos em relação ao que acontece à nossa volta. É o que nos mostra o sentido e a motivação da vida.

Às vezes encontramos o nosso "AMANTE" em nosso parceiro, outras, em alguém que não é nosso parceiro, mas que nos desperta as maiores paixões e sensações incríveis.
Também podemos encontrá-lo na pesquisa científica ou na literatura, na música, na política, no esporte, no trabalho, na necessidade de transcender espiritualmente, na boa mesa, no estudo ou no prazer obsessivo do passatempo predileto....

Enfim, é "alguém!" ou "algo" que nos faz "namorar a vida" e nos afasta do triste destino de "ir levando"!.. E o que é "ir levando"? Ir levando é ter medo de viver.

É o vigiar a forma como os outros vivem, é o se deixar dominar pela pressão, perambular por consultórios médicos, tomar remédios multicoloridos, afastar-se do que é gratificante, observar decepcionado cada ruga nova que o espelho mostra, é se aborrecer com o calor ou com o frio, com a umidade, com o sol ou com a chuva.

Ir levando é adiar a possibilidade de desfrutar o hoje, fingindo se contentar com a incerta e frágil ilusão, de que talvez possamos realizar algo amanhã*.

Por favor, não se contente com "ir levando"; procure um amante, seja também um amante e um protagonista ... DA SUA VIDA!

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Rumos



Estávamos, eu e algumas amigas de muito tempo, relembrando colegas de colégio e os rumos que tomaram: quem a gente ainda vê, quem sumiu, quem viajou.

Eis que surge o comentário sobre um colega que está prestes a se mudar para outro estado porque passou em um concurso público neste lugar. E a conversa ruma para o 'será que vale a pena?', como se a gente pudesse sentir pelo outro, saber onde o calo dele doi. Mania feia essa! E foi exatamente o que fiz e faço agora, tentar 'achar' por ele. Sorry...

A minha amiga defendia veementemente que ele deveria ir mesmo, porque lá teria um salário maior e "uma melhor qualidade de vida".

Comecei a refletir (e a falar também, porque falo pelos cotovelos) sobre o que ela quis dizer com qualidade de vida. Ela poderia substituir a expressão pela palavra dinheiro, menor e mais prática.

Porque qualidade de vida pra mim (de novo tentando 'achar' pelos outros) tem um sentido mais abrangente. O colega em questão tinha um bom emprego aqui, segundo ele próprio. O salário não era igual ao que ganharia lá não sei por onde, mas permitia que ele e a família tivessem uma vida normal, tipo classe média bem média.

Somado a esse salário classe média bem média, ele tinha algumas outras gratificações incorporadas, que vou relatar aqui, mesmo sem ser sua assessora financeira:

-Aproveitar os preciosos momentos ao lado dos pais enquanto estão perto de nós.

-Dar aos filhos a impagável oportunidade de conviverem com a bagunça deliciosa dos primos nos almoços de domingo.

-Abraçar o amigo de infância e saber que ele está bem ali.

-Entender o sentido do Natal, Reveillon, festinhas de aniversário, casamento e afins.

-Receber um abraço no seu aniversário, não apenas um telefonema saudoso.

-Pisar naquele solo que é a sua terra.

Acho que é isso. E acho que ele esqueceu de somar. Ou a sua soma agora só tem espaço para números frios, tão diferente de uma época em que a vida tinha um sentido mais amplo para nós! Meros tolos e sonhadores...será?

Gostaria de perceber o exato momento em que as coisas começam a mudar nas nossas vidas, que substituimos ideias, conceitos e ideais. Que palavras têm um peso menor que números. Que coisas valem mais do que pessoas. Queria saber de tudo isso para dar um freio no milésimo de segundo que as antecedem. Paralisar o tempo, talvez.

Não quero julgar o querido amigo, ele é quem sabe das suas dores e delícias. Também não acho ruim o fato de se ter mais, desde que não esbarre em tudo aquilo que você passou a vida construindo, especialmente nas pessoas.

Mas na minha conta quero somar não apenas números, quero beber da fonte da felicidade e da paz com a mesma sede com que luto por outras coisas.

Talvez por isso às vezes esquecem de me convidar para o encontro anual de ex colegas...

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Eu quero descer!!!


Recentemente tive o desprazer de presenciar atitudes mais do que sem respeito com as pessoas. Isso por parte de um guri que ainda não tem treze anos! O que me causa espanto, no caso citado, não é a atitude do menino em si (porque meninos de treze anos ainda vão levar 'lapadas' da vida para aprender muitas coisas, se não resolverem melhorar por conta própria). O que me espanta é a indiferença dos pais diante dos fatos presenciados por muitos.

Não que eu, mãe de um pré adolescente, tenha a ilusão de que a mera interferência da família vá solucionar os problemas. Mas é preciso que se faça alguma coisa, não dá pra ficar parado olhando um filho que agride verbalmente quem quer que seja, independentemente de idade, de conhecer ou não a pessoa. Se a famíla interfere, conversa, tenta conscientizar, buscar orientação profissional, é outra história: que se tenha a consciência de dever cumprido, de não ter desistido do outro por achar que ele não tem mais jeito.

E me preocupou a 'plateia' de meninos e meninas ao seu redor enquanto ele explicava, entre outros absurdos, como se faz bullying na escola, 'escolhendo os meninos menores que estão na fila da lanchonete, ameaçando-os com gritos e palavrões até que eles saiam e vão para o final da fila. Várias vezes até as aulas recomeçarem e os meninos não conseguirem lanchar'.

Se fosse um menino com situação social de risco, haveria quem argumentasse que era por conta da exclusão social, da miséria, etc, etc, etc. Mas ele e seus amigos são crianças de classe média alta, com acesso às melhores escolas, cursos, viagens (e pelo jeito sem acesso a diálogo, atitudes de respeito, limites)...

Me doía ver como jogavam embalagens e palitos de picolé, papeis de bombons e tudo o que se possa imaginar no chão, como se o zelador fosse escravo deles. Será que existe, ao menos nas escolas caras onde estudam, orientações sobre educação (doméstica e ambiental)???

Volto a dizer que não acho que os pais interferindo pudessem mudar as coisas de forma mágica, mas ficar olhando esses absurdos é, no mínimo, o que os pais de incendiários de índios e mendigos e torturadores de negros, gays e outras minorias fazem/fizeram.

Qualquer um de nós está sujeito a enfrentar problemas parecidos com filhos. Mas que ao menos se plante sementes boas para que eles possam decidir se querem colher ou não.

Desculpem o post amargo, mas hj só penso naquela frase tão comum e verdadeira:

PARA O MUNDO QUE EU QUERO DESCER!!!!!!!!!!!!

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Aventuras na cozinha




Não é de hoje a minha falta de intimidade com os serviços domésticos. Coisa de quem começou a trabalhar cedo e não teve tempo para aprender. Coisa de quem não gosta, não faz questão de aprender e ignora quem tenta ensinar. Coisa de quem optou por abrir mão de ser “prendada” e preferiu usar esse tempo para coisas que realmente valem a pena.

Na adolescência eu ficava espantada com colegas que trocavam receitinhas para fazer comidinhas para os namoradinhos. Não vejo nada de romântico na pia cheia de coisas pra lavar depois do jantar; um restaurante seria muito mais apropriado, não? Enfim, acho que há quem encontre prazer nessas atividades...

Ainda bem que temos a nossa fiel secretária do lar que há anos nos ajuda nessa empreitada. Muito melhor como ser humano do que como empregada doméstica, ela também não é lá muito prendada, mas dá conta do recado. Acontece que ela entrou de férias. Não o mês inteiro, graças a Deus. Optou por tirar uns dias agora e o restante em julho.

Nos primeiros dias tentei organizar as coisas. Para não ter o trabalho de arrumar a casa no dia seguinte, às dez da noite lá estava eu com vassoura, esfregão e tudo o mais, limpando a casa e ameaçando esganar quem tirasse um palito do lugar.

E a cozinha...ah, a cozinha! Passei uns dias almoçando fora, pedindo comida pronta, mas não dava pra fugir dela para sempre. Hoje eu decidi enfrentar minha adversária. Primeiro fui para o computador, arrumei o quarto, dei uns telefonemas, adiei o quanto pude. Depois olhei para a mesa e pensei: “ Massa ou outra coisa?”

Calma, vou explicar:

MASSA= macarrão, molho pronto e atum
OUTRA COISA= qualquer coisa que dá pouco trabalho e suja pouco.

Decidi por outra coisa mesmo: o arroz de carreteiro, prato típico acho que do Ceará. Peguei o meu caderno de receitas. O de todo mundo tem receitas de bolos, tortas, etc. O meu ,além disso, tem receitas de feijão, molho de tomate, sopa e tudo o que, se eu fizer de cabeça, falta algum ingrediente.

Depois da maratona para encontrar os ingredientes e os utensílios, lá vai o arroz para o fogo. Antes, tive que dourar a carne e as linguiças (outra panela pra lavar) e queria guardar o óleo para doar para reciclagem. Como ainda tinha que lavar uma garrafa PET para guardar, tive a brilhante ideia de colocar o óleo em um copo descartável, que se derreteu e espalhou óleo por todo lugar. Respiradinhas de relaxamento depois, limpei tudo, continuei a minha peregrinação e ignorei a vontade de ligar para a minha mãe para peguntar o ponto certo do arroz e se precisava colocar sal.

“Agora vou fazer o suco”. Fingi que nem estava vendo a garrafa de refrigerante cheinha e as polpas de frutas e fiz um suco fresquinho de laranja e limão (mais coisas na pia).

O prato ficou até bonito e todos fizeram cara de satisfeitos. Ainda bem.

Na hora de lavar os pratos peguei distraidamente a garrafa de óleo que havia esquecido no balcão, confundi com detergente e derramei um pouco na esponja. Uiiiiiiiiiiiiiii, que impaciência.

Depois de todo esse imbróglio ainda tinha coisas para fazer, porque se eu sair da cozinha deixo queimar tudo. Diligentemente arrumei a cozinha, peguei vassouras e afins e fui me torturar mais um pouco.

De qualquer forma, nem tudo está perdido. Segunda feira a nossa escudeira voltará. E até lá já arranjei uma pessoa para substituí-la, não quero correr o risco de virar a casa de cabeça pra baixo.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Ciclos


Inicia-se o novo ano que traz consigo novas ideias, esperanças, planos os mais diversos. Fecha-se um ciclo para dar lugar ao novo, e isso é bom.

Não que o anterior tenha deixado a desejar. Fazendo um balanço de tudo o que vivemos em 2010 percebo que o saldo foi bem positivo, à medida que passamos a valorizar as coisas que realmente valem a pena. Mesmo as coisas que consideramos negativas são extremamente necessárias para não perdermos a capacidade de olhar o outro, de nos indignar, de reagir.

Os almoços barulhentos, encontros, visitas, presentes, fotografias, risadas,beijos, bilhetinhos pela manhã, telefonemas de preocupação ou alegria, criançada correndo. Eu chamo isso de família.

Mil e-mails para responder, telefonemas, visitinhas, queixas da sua ausência, passar quinze dias combinando um encontro de tres horas, afeto, festinhas. Eu chamo isso de amizade.

As reuniões, a preocupação com a sua ausência, o louvor, o compartilhar de alegrias e de dores. Eu chamo de irmandade.

O caos em meio a risadas, as perguntas inusitadas, o cansaço no fim do dia. Eu chamo isso de escolha profissional.

As discussões acaloradas, notícias nos jornais, fóruns, debates, encontros. Isso eu chamo de militância. E de cidadania.

A torneira quebrada, o pão quentinho, a cama desfeita, o banco no jardim. Isso eu chamo de lar.

Felicidade é ter algo o que fazer, ter algo que amar e algo que esperar. (Aristóteles)