quarta-feira, 3 de novembro de 2010

“Um filho teu não foge à luta”


Domingo ensolarado, céu lindo, prenúncio de coisas boas no ar...

Neste dia escolhemos o futuro presidente do nosso país. Ou presidenta, como preferem alguns e a gramática autorizou. Eu não gosto de expressão “presidenta”, acho estranho. Até me vejo chamando a “gerenta” do meu banco. Não dá.

Mas muito me anima a ideia de ter uma mulher no comando da nação. Ainda mais quando traz com ela as possibilidades de continuidade das políticas públicas de inclusão social do governo Lula. Governo, aliás, que ficou para a história. Um operário, sem curso superior, desacreditado por muitos. Venceu, há oito anos, enfrentando a máquina e um monte de baixarias que marcaram a campanha. Mas venceu, fez um bom governo, projetou o país no exterior e especialmente nos tirou da sola dos sapatos do Tio Sam. Tirou também milhões de pessoas da linha de pobreza através dos programas de renda mínima, que muitos chamam de esmola, mas para mim é o pagamento de uma dívida social que o Brasil tem com os menos favorecidos há 500 anos. Ora, se graças à escravidão, depois à exploração, aos baixos salários, carga horária excessiva, informalidade e outras mazelas os ricos acumularam ainda mais riquezas, desde os tempos da colonização, então porque não reparar esse roubo sistemático de dinheiro e dignidade com um programa de renda mínima para quem vive abaixo da linha da pobreza?

Enfim, após uma campanha vergonhosa e apelativa feita pelos derrotados, venceu Dilma Roussef, a primeira mulher a presidir o Brasil. Ao conhecer a sua história de vida passei a admirá-la porque é corajosa, em nome da democracia enfrentou a ditadura militar, foi presa e torturada. A frase que marcou a campanha “Um filho teu não foge à luta” cabe direitinho na sua história de vida.

Espero, sinceramente, que este seja um bom governo. Que a nossa nação cresça para todos, que os abismos sociais diminuam mais. Que o nosso país seja “Mãe Gentil” não apenas para uma minoria.