quarta-feira, 22 de junho de 2011

Junices


O mês de junho traz consigo, além de beleza faceira, cores, sons e sabores que inundam a alma da gente.
O milho e a mandioca que chegam à cidade, trazem consigo sonhos e esperança de boa safra das mãos que os cultivaram. E contam a sua historia em meio à arte de transformarem-se, através colheres de pau e arupembas, em canjicas, pamonhas, bolos e tapiocas.

Os ventos que balançam bandeirinhas coloridas também trazem sons de sanfona e zabumba, uma ode ao Mestre Lua, eterno Rei do Baião. Quadrilhas, xaxado, coco de roda, forró pé de serra, que resistem bravamente a modismos efêmeros e tomam conta dos arraiais. Sim, e ainda tem o casamento matuto...

Em cada esquina uma barraquinha de fogos que encanta a criançada e os que já não são tão crianças. Apesar dos fogos modernosos e cheios de efeitos especiais, ainda prefiro que o ponto alto da noite seja a queima de um vulcão sob olhares bobos e encantados.

A consciência já não me permite achar tanta graça, mas fogueiras crepitando têm lá o seu charme. Mais ainda se estiver acesa do dia seguinte, quando a gente corre pra pegar um milho para assar e saborear  o restinho da festa. Pego carona na do nosso vizinho, que acredita que se não acender a fogueira morrerá naquele ano, rsrsrs. Há uns dois anos a fogueira dele cismou em não acender. Foram gastas velhas listas telefônicas, jornais, papelão, tudo para que ele vivesse um pouquinho mais. Deu certo.

Muita coisa tem mudado, traços da nossa cultura que sutilmente vão se extinguindo. Mas me sinto agradecida por poder compartilhar com o meu filho um pouco da nossa historia através da cultura popular.

Escrevi este post na tentativa de descrever o ciclo junino para a minha amiga Lidiane, que nunca passou por essas bandas. Mesmo que escrevesse e descrevesse mil vezes, não conseguiria tal intento...só mesmo vivendo pra saber!

domingo, 19 de junho de 2011

Último suspiro

Domingo é dia de poesia, então posto aqui o poema de Adriano Lachovski, poeta, Personal & Professional Coaching:

Sob o abandono de tua luz.
Cada dia, uma escuridão,
Sob a violenta dor da tua ausência.
O sofrimento da longa espera
Invade-me o corpo inerte,
Rasga-me, fere, enfraquece,
Em meu pesar de esperá-la,
Que o vento sopre e me leve longe...
Esperança! Ainda tenho,
Volta luz, alumia-me!
Tira-me das trevas!
Arranca-me da solidão!
Encoraja-me para o derradeiro encontro!
Volta... Que o último suspiro
Reservei para dar em teus braços!

Visitem também o blog do Adriano para conhecer mais sobre o trabalho do único Coach tetraplégico do Brasil... Portanto, o único TETRACOACH em http://adrianolachovski.blogspot.com/

segunda-feira, 6 de junho de 2011

Dia do Meio Ambiente. Precisa?


No último domingo foi "comemorado" o Dia Mundial do Meio Ambiente. Expressão mais inadequada não poderia existir, haja vista o caos em que nos encontramos imersos, conscientes e inconsequentes.  Conscientes, sim...creio que não exista alma vivente que desconheça noções básicas de preservação ambiental. E, inconsequentemente, preferimos ignorar e seguir deixando nossos rastros de destruição.

Mas não, não quero voltar ao velho discurso que analisa a situação atual e pontua atitudes que a sociedade deveria tomar para mudar isso ou aquilo. Quero pontuar as MINHAS atitudes, o que eu fiz/faço para melhorar o que bem sei que precisa.

Pois é, olhando para trás vejo que venho mudando. Dispenso as sacolinhas de tamanho pequeno, que não teriam utilidade após o primeiro uso. Tenho várias ecobags e já não as esqueço em casa com tanta frequencia. Olho os rótulos e dou preferência a embalagens de papelão ou ao menos recicláveis. O meu filho nunca jogou lixo na rua, coisa que eu fazia quando criança com embalagem de chicletes. Junto as pilhas usadas, só preciso encontrar o papa pilhas. Economizo água em todas as ocasiões possíveis. Evito o uso de materiais descartáveis, levo a minha garrafinha de água para o trabalho. Faço bloquinhos de lembretes com papel usado de um lado só. Plantamos várias árvores, grama e plantas no nosso jardinzinho. Estou sempre apagando luzes onde não tem ninguém. Doo garrafas PET a coletores carentes ou ao amado Programa Escola Aberta, que as transforma em lindas bonecas africanas ou belos presépios natalinos:




Mas tem o outro lado da história, feio e sem graça... Não consigo separar o lixo doméstico como deveria, às vezes misturo tudo. Também não consegui recolher o óleo de cozinha para reaproveitamento, quando lembro guardo, mas são poucas as vezes...desde o início do ano a garrafa tem três dedinhos apenas. Uso sacolas de plástico com certa regularidade. Gasto energia elétrica acima do que gostaria. Ao invés de trocar garrafas de vidro compro PET's. Não sei reutilizar cascas de vegetais em receitas porque tenho uma certa rivalidade com a cozinha.

Fazendo um balanço,  vejo que deixo o meio ambiente no prejuízo: o que faço é mal feito, muito "mais ou menos". E o que deixo de fazer certamente tem um impacto muito negativo que praticamente anula as boas intenções. E, pelo quadro acima, cometo vários crimes ambientais.

Como diz a canção: "A lição sabemos de cor, só nos resta aprender..."