Sempre fui apaixonada por animais, especialmente os cães. Não foram poucas as vezes em que quase me meti em enrascadas para defendê-los das garras do bicho-homem.
Ainda assim, tenho um pouco de receio de cães de grande porte. Não foi diferente com ela, quando a vi em meio à rua quase deserta. Senti um frio na barriga quando se aproximou. Sem nenhuma cerimônia encostou o focinho na minha mão pedindo um carinho. E se tornou mascote na vizinhança. Todos levam comida, água, carinho. Ops, nem todos, pois parece que a sua presença incomoda algumas pessoas. O porque eu definitivamente não consegui descobrir.
Será que ter uma amigona que vai buscar todas as pessoas no início da rua e as leva até suas casas faz mal? Será que é a sua carinha de agradecimento após uma refeição? A sua felicidade quando ganha um carinho? O seu jeitinho humilde quando deita no seu cantinho da calçada para dormir?
O amor de um cão é algo que me fascina. Não depende do seu humor, da sua posição social, do que você lhe oferece. Ele existe e pronto. E a sua fidelidade é uma lição para muita gente nesse mundão. Pelo menos deveria ser.
Tentei abrigá-la, mas outra amiguinha peluda não permitiu. Não desisti dela, porque ela não desistiu de mim nem mesmo quando senti medo da sua presença. Ao contrário, me mostrou que amor se conquista.
Que Deus me ajude a dar-lhe um lar antes que o bicho humano ache outra solução.