segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Meme Literário




Esse selo eu ganhei da Talita, do blog Palavras ao Vento (http://tatapalavrasaovento.blogspot.com/)
e vou respondendo abaixo:

1- Todos os livros da Zélia Gattai

2- A bíblia

3- Anarquistas, graças a Deus, da Zélia Gattai

4-



Mais uma vez obrigada, Talita. Pelo selinho e pelas leituras maravilhosas no seu blog.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Ao contrário

Hoje pensei em fazer algo diferente do que normalmente faço. Uma contramão bem intencionada, digamos assim.

Não vou reclamar das guerras mundo afora, mas pedir para que os que têm o poder nas mãos entendam o que de fato vale a pena e quão efêmera é a nossa estadia aqui.

Não vou lamentar pelos animais abandonados, mas pedir por aqueles que os criam sem responsabilidade. Que possam sentir que toda forma de vida merece ser tratada com amor e dignidade.

Não vou condenar os que agridem com palavras e gestos, mas desejar que tenha fim a sua solidão . 

Em lugar de pedir pelos que têm fome, quero rogar pelos que têm mais do que necessitam. Que caia a venda dos seus olhos.
 
Ao invés de pedir pelos que choram, hoje peço pelos que promovem a injustiça, o desamor, a dor.

É a minha oração de hoje.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Antiga história Cherokee

Existe uma antiga história Cherokee sobre dois lobos… Uma noite um velho Índio Cherokee contou ao seu neto sobre uma luta que estava acontecendo dentro dele. Ele disse, “Meu filho, é entre dois lobos. Um é mau: raiva, inveja, tristeza, desgosto, arrependimento, ganância, arrogância, auto-piedade, culpa, ressentimento, inferioridade, mentiras, falso orgulho, superioridade e ego. O outro é bom: alegria, paz, amor, esperança, serenidade, humildade, bondade, benevolência, empatia, generosidade, verdade, compaixão e fé”. O neto pensou sobre isso por um minuto e então respondeu ao seu avô: “ Qual o lobo que vence?” O velho Cherokee respondeu simplesmente: “ Aquele que eu alimento”. Autor desconhecido

Conversa entre dois garotinhos


- E aí, véio?
- Beleza, cara?
- Ah, mais ou menos. Ando meio chateado com algumas coisas.

- Quer conversar sobre isso?

- É a minha mãe. Sei lá, ela anda falando umas coisas estranhas, me botando um terror, sabe?

- Como assim?
- Por exemplo: há alguns dias, antes de dormir, ela veio com um papo doido aí. Mandou eu dormir logo senão uma tal de Cuca ia vir me pegar. Mas eu nem sei quem é essa Cuca, pô. O que eu fiz pra essa mina querer me pegar? Você me conhece desde que eu nasci, já me viu mexer com alguém?

- Nunca.
- Pois é. Mas o pior veio depois. O papo doido continuou. Minha mãe disse que quando a tal da Cuca viesse, eu ia estar sozinho, porque meu pai tinha ido pra roça e minha mãe passear. Mas tipo, o que meu pai foi fazer na roça? E mais: como minha mãe foi passear se eu tava vendo ela ali na minha frente? Será que eu sou adotado, cara?

- Como assim, véio?
- Pô, ela deixou bem claro que a minha mãe tinha ido passear. Então ela não é minha mãe. Se meu pai foi na casa da vizinha, vai ver eles dois tão de caso. Ele passou lá, pegou ela e os dois foram passear. É isso, cara. Eu sou filho da vizinha. Só pode!

- Calma, maninho. Você tá nervoso e não pode tirar conclusões precipitadas.
- Sei lá. Por um lado pode até ser melhor assim, viu? Fiquei sabendo de umas coisas estranhas sobre a minha mãe.
- Tipo o quê?
- Ela me contou um dia desses que pegou um pau e atirou em um gato. Assim, do nada. Maldade, meu! Vê se isso é coisa que se faça com o bichano!

- Caramba! Mas por que ela fez isso?

- Pra matar o gato. Pura maldade mesmo. Mas parece que o gato não morreu.- Ainda bem.

-Pô, sua mãe é perturbada, cara.
- E sabe a Francisca ali da esquina?
- A Dona Chica? Sei sim.
- Parece que ela tava junto na hora e não fez nada. Só ficou lá, paradona, admirada vendo o gato berrar de dor.

- Putz grila. Esses adultos às vezes fazem cada coisa que não dá pra entender.
- Pois é. Vai ver é até melhor ela não ser minha mãe mesmo... Ela me contou isso de boa, cantando, sabe? Como se estivesse feliz por ter feito essa selvageria. Um absurdo. E eu percebo também que ela não gosta muito de mim. Esses dias ela ficou tentando me assustar, fazendo um monte de careta. Eu não achei legal, né. Aí ela começou a falar que ia chamar um boi com cara preta pra me levar embora.

- Nossa, véio. Com certeza ela não é sua mãe. Nunca que uma mãe ia fazer isso com o filho.
- Mas é ruim saber que o casamento deles não está dando certo... Um dia ela me contou que lá no bosque do final da rua mora um cara, que eu imagino que deva ser muito bonitão, porque ela chama ele de 'Anjo'. E ela disse que o tal do Anjo roubou o coração dela. Ela até falou um dia que se fosse a dona da rua, mandava colocar ladrilho em tudo, só pra ele passar desfilando e tal.


- Nossa, que casamento bagunçado esse. Era melhor separar logo.

- É. só sei que tô cansado desses papos doidos dela, sabe? Às vezes ela fala algumas coisas sem sentido nenhum. Ontem mesmo, ela disse que a vizinha cria perereca na gaiola... já viu...essa rua só tem doido..
.
- Ixi, cara. Mas a vizinha não é sua mãe?
- Putz, é mesmo! Tô ferrado de qualquer jeito.


Desconheço a autoria - Publicado no Blog Palavras ao Vento

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Selos

Selos que ganhei e guardo com muito carinho.


Esse selo eu ganhei da Talita, do blog Palavras ao Vento (http://tatapalavrasaovento.blogspot.com/)

De Isa, do http://a-vida-de-isa.blogspot.com/

De Talita, do http://tatapalavrasaovento.blogspot.com/

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Happy day

Hoje acordei feliz, muito feliz...Contrariando as coisinhas do cotidiano que teimam em incomodar, como uma bomba hidráulica com defeito e poucas horas de sono, levantei repetindo o Caio Fernando Abreu: "Que seja doce, que seja doce, que seja doce..."

E foi. Mesmo as coisas mais azedas não conseguiram me tirar esse sabor. Doce. Resiliência, como diria a minha amiga Selma. Paz, como eu diria. Não que os outros dias tenham sido amargos, ao contrário. Mas esse é especial, talvez porque seja HOJE, simplesmente.



E assim tem sido. Doce. Doce. Doce.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Quase - Sarah Westphal


Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.

Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor, não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.

Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência, porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

Sarah Westphal

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Você acredita?

.

Dia desses, uma pessoa que mora próximo à minha casa fez, de forma bastante educada, umas reclamações a respeito meu filho. Me pediu que conversasse com ele, pois ele havia feito uns comentários desrespeitosos em uma ocasião anterior.

Embora surpresa, pois conheço um pouquinho da minha cria, considerei a possibilidade por conta da quase pré adolescência e a tal rebeldia típica. Um misto de irritação prévia e dúvida passeavam pela minha cabecinha hiperativa quando lembrei daquele texto que circula muito pela internet, que fala da importância de fechar a boca e abrir os braços em algumas situações. O meu filho não costuma agir assim, então antes de mais nada eu decidi acreditar nele apesar das evidências.

Falei sobre o assunto e ele ficou muito surpreso, negou que isso tivesse ocorrido e pediu para irmos juntos falar com a pessoa que havia feito a reclamação. Nesse momento senti no meu coração que havia feito a coisa certa. Mais ainda quando ele, com os olhos cheios de lágrimas, me falou:
Ainda bem que você acredita em mim
. Como isso me doeu, pois num primeiro momento cheguei a considerar a possibilidade...

Não senti necessidade de conversar com a pessoa em relação ao ocorrido, pois para mim estava tudo muito resolvido. Ainda assim encontrei-a por acaso no mesmo dia, e ela, ao observar o meu filho que estava mais à frente, se desculpou porque o havia confundido com um outro garoto que mora próximo e realmente é bem parecido com o meu filhote.

Não fiz nada, não disse nada...Mas naquele dia o abraço de boa noite teve um gosto diferente, uma cumplicidade que se juntou a esse amor tão indescritível e infinito.

Não existe fórmula para criar filhos, então nos lançamos diariamente ao desafio de dosar amor, limites, confiança, respeito, regras. Ufa! Não é fácil, mas quem disse que o amor tem que sê-lo?

domingo, 6 de fevereiro de 2011

VOCÊ TEM EXPERIÊNCIA?


Texto antigo, mas muito atual


No processo de seleção da Volkswagen do Brasil, os candidatos deveriam responder a seguinte pergunta: 'Você tem experiência?'

A redação abaixo foi desenvolvida por um dos candidatos. Ele foi aprovado e seu texto está fazendo sucesso, e com certeza ele será sempre lembrado por sua criatividade, sua poesia e acima de tudo por sua alma.

Redação Vencedora:

Já fiz cosquinha na minha irmã pra ela parar de chorar.
Já me queimei brincando com vela.
Eu já fiz bola de chiclete e melequei todo o rosto.
Já conversei com o espelho, e até já brinquei de ser bruxo.
Já quis ser astronauta, violonista, mágico, caçador e trapezista.
Já me escondi atrás da cortina e esqueci os pés pra fora.
Já passei trote por telefone.
Já tomei banho de chuva e acabei me viciando.
Já roubei beijo.
Já confundi sentimentos.
Ja peguei atalho errado e continuo andando pelo desconhecido.
Já raspei o fundo da panela de arroz carreteiro.
Já me cortei fazendo a barba apressado.
Já chorei ouvindo música no ônibus.
Já tentei esquecer algumas pessoas, mas descobri que eram as mais difíceis de esquecer.
Já subi escondido no telhado pra tentar pegar estrelas.
Já subi em árvore pra roubar fruta.
Já caí da escada de bunda.
Já fiz juras eternas.
Já escrevi no muro da escola.
Já chorei sentado no chão do banheiro.
Já fugi de casa pra sempre, e voltei no outro instante.
Já corri pra não deixar alguém chorando.
Já fiquei sozinho no meio de mil pessoas sentindo falta de uma só.
Já vi pôr-do-sol cor-de-rosa e alaranjado.
Já me joguei na piscina sem vontade de voltar.
Já bebi uísque até sentir dormente os meus lábios.
Já olhei a cidade de cima e mesmo assim não encontrei meu lugar.
Já senti medo do escuro, já tremi de nervoso.
Já quase morri de amor, mas renasci novamente pra ver o sorriso de alguém especial.
Já acordei no meio da noite e fiquei com medo de levantar.
Já apostei em correr descalço na rua.
Já gritei de felicidade.
Já roubei rosas num enorme jardim.
Já me apaixonei e achei que era para sempre, mas sempre era um 'para sempre' pela metade.
Já deitei na grama de madrugada e vi a Lua virar Sol.
Já chorei por ver amigos partindo, mas descobri que logo chegam novos, e a vida é mesmo um ir e vir sem razão.

Foram tantas coisas feitas...

Tantos momentos fotografados pelas lentes da emoção e guardados num baú, chamado coração.
E agora um formulário me interroga, me encosta na parede e grita: 'Qual sua experiência?' Essa pergunta ecoa no meu cérebro: experiência... experiência... Será que ser 'plantador de sorrisos' é uma boa experiência? Sonhos!!! Talvez eles não saibam ainda colher sonhos! Agora gostaria de indagar uma pequena coisa para quem formulou esta pergunta: Experiência? Quem a tem, se a todo o momento tudo se renova?

(Publicado no jornal interno do RH - Volkswagen do Brasil - nome do candidato não mencionado)

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Que seja doce


Caio Fernando Abreu

"Então, que seja doce. Repito todas as manhãs, ao abrir as janelas para deixar entrar o sol ou o cinza dos dias, bem assim: que seja doce.

Quando há sol, e esse sol bate na minha cara amassada do sono ou da insônia, contemplando as partículas de poeira soltas no ar, feito um pequeno universo, repito sete vezes para dar sorte: que seja doce que seja doce que seja doce e assim por diante.

Mas, se alguém me perguntasse o que deverá ser doce, talvez não saiba responder. Tudo é tão vago como se fosse nada. Ninguém perguntará coisa alguma, penso. Depois continuo a contar para mim mesmo, como se fosse ao mesmo tempo o velho que conta e a criança que escuta, sentado no colo de mim(...) "

Os dragões não conhecem o paraíso -Caio Fernando de Abreu