Venho de um lugar cheio de histórias e encantos. Nas ruas de pedras portuguesas ainda há a igreja matriz, a praça com suas palmeiras centenárias, o casario antigo e colorido que emoldura esse cenário deslumbrante.
A lojinha ainda está lá, cheia de chapéus de palha, peneiras, regadores de latão, brinquedos dos tempos dos avós, pilões de madeira, abanadores. A feira é uma profusão de cores, cheiros e vozes.
No velho palco os pastoris já não existem, mas o baque de um maracatu alegra as noites de sábado.
E o rio...ah, o rio que banha o nosso canto, chamado pelo poeta de cão sem plumas! Na margem oposta as matas que nos fazem duvidar de que estamos na cidade grande, com suas cachoeiras e ateliês.
Os bordões dos vendedores de algodão doce, picolé, doce japonês, churros, se espalham pela praça e pelo parque que vez por outra aterissa por aqui para a alegria a criançada.
Uns dizem que é longe de tudo, outros dizem que parece uma cidade do interior em plena capital. Estão certos...é isso mesmo que busco: um viver simples onde cada recanto ecoa poesia, arte e simplicidade. Como diria o poeta:
A Várzea Tem Cajazeiras*
A várzea tem cajazeiras...
Cada cajazeira um ninho
Que entre o verde e o azul oscila;
Mocambo de passarinho...
Na baixa funda, mais funda,
Tenros que se alongam verdes:
Verdes de capim de planta;
Vista, mais vista a perder-se.
Maracujás enredados...
Flor de paixão, do martírio;
Entre as balsas dos remansos
Baronesas cor-de-lírio.
Nessa várzea sou plaície,
Vaga dimensão dormente;
Tendida no chão conforme
Sou de mim sombra somente.
Rumos de céus desvelados
Onde chego e me afugento!?
- Já me escuto como em sonho
De tão longe que me ausento!
Em redes de ramos verdes
Me estendo como um caminho,
Me espreguiço dessa várzea,
E me embalo desse ninho.
*Joaquim Cardozo
Cada cajazeira um ninho
Que entre o verde e o azul oscila;
Mocambo de passarinho...
Na baixa funda, mais funda,
Tenros que se alongam verdes:
Verdes de capim de planta;
Vista, mais vista a perder-se.
Maracujás enredados...
Flor de paixão, do martírio;
Entre as balsas dos remansos
Baronesas cor-de-lírio.
Nessa várzea sou plaície,
Vaga dimensão dormente;
Tendida no chão conforme
Sou de mim sombra somente.
Rumos de céus desvelados
Onde chego e me afugento!?
- Já me escuto como em sonho
De tão longe que me ausento!
Em redes de ramos verdes
Me estendo como um caminho,
Me espreguiço dessa várzea,
E me embalo desse ninho.
*Joaquim Cardozo
7 comentários:
Lindo post!
Teve um tempo que a Várzea para mim representava um lugar que era obrigado a ir e não me sentia bem, mas depois que vocês foram morar aí tudo mudou.
Ela tornou-se um lugar onde posso fazer uma das coisas que mais gosto: Sentar na calçada como na minha infância, tomar céu na cabeça nas noites frescas e ficar proseando sem pressa e sem vontade de voltar para casa.
Você é uma privilegiada, pois mora num paraíso.
Que post mais interessante, Nanda. Não conhecia este lado pitoresco da Várzea.
Bjusss
Sil
Adorei tudo por aqui. Muito lindo seu blog!
Posso seguir seu blog?
Virei sempre!
Simplesmente adorei a "tua" Várzea tão cheia de encantos. Temos alguma coisa em comum. Temos uma Várzea que nos encanta. Adorei! Vou voltar mais vezes aqui. Hiper beijo. Felicidades varzeanas, hoje e sempre. João.
...que bom que tive/tenho o prazer de conhecer.
.
Eu já ia me esquecendo, pois saí
correndo, mas antes, dependurei
a minha foto na janela que dá para
o quarto dela para seguir seu Blog
por minha vida inteira...
silvioafonso
.
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