sábado, 22 de outubro de 2011

Eis a diferença

Faça a diferença...Isso que não nos deixa desistir...

O que mais impressiona nas fotos abaixo, não é a beleza que eles ficaram, mas sim a mudança do olhar  de cada um deles!! Percebam que o amor que se dedica a um animal abandonado é retribuído com seu olhar de felicidade e gratidão eterna!!!

Fotos de cachorros adotados (Antes e depois)  

No Brasil, embora não haja uma estatística oficial, o número de animais deve ultrapassar 300 mil simplesmente “jogados fora” e abandonados à própria sorte. E, o que é pior: 85% (oitenta e cinco por cento) morrem nos primeiros 20 dias, a maioria por acidentes de trânsito.

NÃO COMPRE, ADOTE!

















































terça-feira, 4 de outubro de 2011

SOLIDÃO


 
                                       
                                                                   Hilda Lucas
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Que me desculpem os desesperados, mas solidão é fundamental para viver.
Sem ela ...não me ouço, não ouso, não me fortaleço.
Sem ela me diluo, me disperso, me espelho nos outros, me esqueço.
Não penso solto, não mato dragões, não acalanto a criança apavorada em
mim, não aquieto meus pavores, meu medo de ser só.

Sem ela sairei por aí, com olhos inquietos, caçando afeto, aceitando
migalhas, confundindo estar cercada por pessoas com ter amigos.
Sem ela me manterei aturdida, ocupada, agendada, só para driblar o
tempo e não ter que me fazer companhia.

Sem ela trairei meus desejos, rirei sem achar graça, endossarei idéias
tolas só para não ter que me recolher e ouvir meus lamentos,
 meus sonhos adiados, meus dentes rangendo.
Sem ela, e não por causa dela, trocarei beijos tristes e acordarei
vazia em leitos áridos.
 Sem ela sairei de casa todos os dias e me afastarei de mim, me
desconhecerei, me perderei.

Solidão é o lugar onde encontro a mim mesma, de onde observo um jardim
secreto e por onde acesso o templo em mim.
Medo? Sim. Até entender que o monstro mora lá fora e o herói mora aqui
dentro.
 Encarar a solidão é coisa do herói em nós.
Transformá-la em quietude é coisa do sábio que podemos ser.

Num mundo superlotado, onde tudo é efêmero, voraz e veloz,
a solidão pode ser oásis e não deserto.
Num mundo tão estressado, imediatista, insatisfeito,
a solidão pode ser resgate e não desacerto.

Num mundo tão leviano, vulgar, que julga pelas aparências e endeusa
espertalhões, turbinados, bossais,
a solidão pode ser proteção e não contágio.
Num mundo obcecado por juventude, sucesso, consumo,
a solidão pode ser liberdade e não fracasso.

Solidão é exercício, visitação.
É pausa, contemplação, observação.
É inspiração, conhecimento.
É pouso e também vôo.
É quando a gente inventa um tempo e um lugar
para cuidar da alma, da memória, dos sonhos;
 quando a gente se retira da multidão e se faz companhia.

Preciso estar em mim para estar com outros.
Ninguém quer ser solitário, solto, desgarrado.
Desde que o homem é homem, ou ainda macaco,
 buscamos não ficar sozinhos.

Agrupamo-nos, protegemo-nos, evoluímos
 porque éramos um bando, uma comunidade.
Somos sociáveis, gregários.
Queremos amigos, amores.
Queremos laços, trocas, contato.
Queremos encontros, comunhão, companhia.
 Queremos abraços, toques, afeto.

Mas, ainda assim, ouso dizer:
é preciso aprender a estar só
 para se gostar e ser feliz.
O desafio é poder recolher-se para sair expandido.
É fazer luz na alma para conhecer os seus contornos, clarear o caminho
e esquecer o medo da própria sombra.

Ouse a solidão e fique em ótima companhia.